MORADORA DE ITAIPUAÇU FAZ "VAKINHA" PARA CIRURGIA QUE LHE DEVOLVERÁ SUA VIDA NORMAL
Uma jovem cheia de vida, cheia de sonhos, uma família linda, feliz na profissão, uma vida quase perfeita. Mas um dia, no trabalho, montando um pula pula para uma festa dos seus alunos e dos alunos da escola onde trabalhava, um infortúnio, um acidente e sua vida mudou por completo.
O nome dela é Gleice Kelly Calixto Solidade Marques (32), nascida em São Gonçalo, moradora de Itaipuaçu em Maricá. Professora, casada, com dois lindos filhos.
O jornalista Pery Salgado recebeu uma mensagem na sexta feira 30/4 de Bruna Solidade, irmã de Gleice, passando dois banners sobre uma VAKINHA para ajudar sua irmã a captar R$ 25 mil para uma cirurgia no nervo do plexo braquial a ser realizada em Santa Catarina, única forma para acabar de vez com o enorme sofrimento da jovem Gleice e no outro banner, uma explicação do que seria um plexo braquial (veja explicação no final desta matéria), e de imediato respondeu se colocando à disposição para de alguma forma ajudar Gleice.
No sábado, Gleice entrou em contato por whatsapp e explicou toda sua Via Crucis que nós reproduzimos abaixo, na íntegra:
GLEICE: Era uma mulher normal, feliz, cheia de vida, dedicada professora (amava o que fazia) e totalmente dona do meu lar, casada, dois filhos lindos, uma vida iluminada. Mas no dia 13 de julho de 2018, sofri um grave acidente na escola onde trabalhava, montando uma cama elástica (pula-pula), onde uma das molas da qual eu segurava para encaixar, arrebentou o pano e com a força e a posição que me encontrava foi arremessada no meu braço com uma violência enorme, jogando-o para trás gerando um movimento chamado tração, levando assim a lesão do nervo do plexo braquial.
No início fui atendida pelo seguro escolar, depois o seguro me abandonou alegando ser uma doença preexistente ou seja, após os primeiros 15 dias, depois comecei a ir por conta própria no hospital, porque eles não queriam liberar um neurocirurgião para me atender, alegando que eu não tinha nada, dizendo ser uma doença que eu já tinha. O médico do São Lucas (Niterói) alegou ser um mal jeito e deu o nome de braquialgia (dor no braço).
Logo após comecei a sentir muitas dores, ia na emergência, os médicos diziam que não era nada, somente um mau jeito, mas a dor só aumentava. Dois dias depois já não movimentava o membro superior direito e as dores eram insuportáveis.
Fui na emergência do hospital Mario Monteiro em Niterói, fiquei internada porque devido a dor, só chorava e gritava e nenhum medicamento fazia efeito, os médicos não sabiam o que era que eu tinha. Fui umas sete vezes alegando dor insuportável e eles passavam medicamentos injetáveis, e remédio para casa. Nada funcionava. Fiz uma ressonância da coluna, mas não deu nada, e já passados 15 dias, ninguém sabia o que era. Eu só chorava de dor, ia na emergência e nada, fazia raio x, e nada, nenhum médico sabia o que eu tinha.
Foi quando fui encaminhada para o posto de saúde do Largo da Batalha em Niterói, para uma consulta com o Dr. Victor Titonelli, no dia 22 de agosto. Na consulta, ele falou que poderia ser a lesão do plexo braquial. Pediu um exame chamado Eletroneuromiografia, onde confirmou a lesão. Eu já não mexia mais o braço, e a dor só se agravando.
Fui encaminhada para o hospital dos Servidores do Estado, mas não havia um especialista de plexo braquial, voltei para o sistema (SISREG do SUS), fui parar em no hospital Universitário Antônio Pedro, mas sem resultado. Fui em vários médicos, mas é muito difícil achar um especialista, aqui pelo sistema não consegui entrar no Into devido a demora do sistema em enviar ficha e a fila de espera. Não consegui realizar cirurgia.
Hoje faço acompanhamento com neurologista, porque sinto dor durante às 24 horas do dia e quase toda semana vou para emergência tomar medicamentos. Tomo sete tipos de medicamentos, para dor e para o nervo, com tudo isso desenvolvi dor neuropática, devido ao trauma no nervo. Já fiz fisioterapia, consegui recuperar alguns movimentos, mas não fiz nenhum procedimento cirúrgico para tentar recuperar mais movimentos, principalmente na mão.
Hoje estou realizando essa vaquinha virtual para realizar a cirurgia com um especialista neurocirurgia em Florianópolis para reconstrução do plexo braquial.
Eu trabalhava com professora, hoje mal consigo andar de tanta dor que sinto, não saio, não faço nada em casa, preciso de ajuda, para me alimentar, me vestir, cuidar dos meus filhos, fazer qualquer atividade da vida diária. A dor tem limitado a minha vida como pessoa, como mãe. Meus filhos (de 10 anos e 8 anos) me ajudam, onde na verdade eu deveria fazer isso, mas não consigo executar. Devido à lesão muitas coisas mudaram, muita coisa tive que aprender fazer com a outra mão.
Preciso de ajuda. Preciso fazer algo para melhorar minha situação, e a cirurgia é um caminho. Preciso recuperar minha qualidade de vida, voltar a rir, voltar a vida normal, porque sentir dor 24 horas tira um pouco do nosso sorriso.
Tenho fé, estou colocando toda minha fé e força nisso. São 2 anos e 9 meses, quase 3 anos de lesão, é muito tempo de dor, são muitos medicamentos, é muita tristeza, é muita angústia e medo.
O que digo é "não duvide da dor de uma pessoa, tenha empatia, por que uma coisa que não dá para medir é a dor que uma pessoa sente". A lesão me deu um novo olhar. Eu estou aqui lutando para conseguir arrecadar o valor de R$ 25 mil para cirurgia, nesse valor está somente incluído serviços médicos/hospitalares. Creio que ainda precisarei de mais uns R$ 5 mil de passagens de ida e volta para mim e meu marido irmos para Santa Catarina, além de outras despesas do translado. Por isso começamos essa campanha. Além da VAKINHA que todos podem me ajudar através do meu PIX cpf: 132.083.627.57, existe também a possibilidade de ajuda através de depósito bancário na minha conta (Santander Agência: 4439 Conta Corrente: 01061530-6 em nome de Gleice Kelly Calixto Solidade Marques).
Toda ajuda é muito bem vinda, tanto que já tenho uma empresa daqui de Itaipuaçu, a TSUKI, que está doando R$ 2,00 de cada compra feita neste mês de maio, para minha causa.
Estamos fazendo também uma rifa para o dia 01/6 de uma linda bicicleta.
Hoje, meu marido, eu e meus filhos vivemos apenas do trabalho dele, que é Técnico de Segurança no Trabalho. Apesar do meu problema, NÃO RECEBO NADA DO INSS.
Peço então essa ajuda para vocês. Criei essa VAKINHA para captar o que preciso para minha cirurgia salvadora, que irá me devolver minha vida normal, meu sorriso verdadeiro, que mesmo com todo o sofrimento, tento não me afastar dele, pois vem de Deus. O Link da vaquinha virtual é http://vaka.me/2016834, e qualquer doação é muito bem vinda. Você pode me procurar pelo telefone (21) 97549-0036 ou também entrar em contato com o jornalista Pery (CulturarTEEN e Barão de Inohan) que está me dando espaço e muito apoio, através do telefone (21) 99556-9567.
Obrigada à todos que estão compartilhando minha história para realização de minha cirurgia. Juntos somos melhores e mais fortes, dividir com vocês essa parte da minha vida não é fácil, mas estou aqui de coração grato, e muita fé. Cada ajuda é bem vinda, qualquer valor. Obrigada por cada gesto de carinho.
Que Deus abençoe cada um! Vamos juntos!
Tratamento das lesões do plexo braquial
O plexo braquial (PB), é uma estrutura nervosa na região do pescoço e ombro, formada pela junção dos vários nervos que saem da medula e se dirigem ao membro superior. A lesão desta estrutura leva a paralisias, alterações de sensibilidade e dores que podem incapacitar o paciente.
Quais as causas desse tipo de lesão?
Nos adultos as lesões de plexo ocorrem geralmente por causa traumática (acidentes de carros ou motocicletas), mas também podem ser secundárias a tumores ou surgirem após tratamentos de outras doenças (radioterapias e retiradas de tumores não originários do sistema nervoso, por exemplo).
Nas crianças, a causa mais frequente é por trauma durante um parto complicado, principalmente em bebês de peso elevado.
Como é o tratamento de uma lesão do plexo braquial
É muito importante reconhecer o trauma logo no início, para se fazer um acompanhamento cuidadoso (geralmente mensal), e se necessário, planejar uma correção cirúrgica, já que existe uma janela de tempo ideal para isso (limite), geralmente em torno de 6 meses.
Portanto, todo paciente com lesão de PB deve ser acompanhado clinicamente, a cada 30 dias, até que se decida a necessidade de tratamento cirúrgico ou não. Caso seja necessário, realizam-se exames (principalmente eletroneuromiografia e ressonância magnética), para o planejamento cirúrgico.
Porque o limite de tempo para fazer a cirurgia é em torno de 6 meses
Ela deve ser realizada na maioria dos casos dentro deste período porque após a cirurgia o nervo cresce lentamente, em torno de 1 mm ao dia. Assim, o nervo após o reparo tem que atingir o músculo até se completar 1 ano pós lesão (tempo em que a ligação química do nervo com o músculo tende a desaparecer).
Como é feita a cirurgia
A cirurgia, quando indicada, é realizada sob anestesia geral, microcirurgia e uso de monitorização neurofisiológica intra-operatória (neurocondução, eletromiografia e potencial evocado).
Após o período de imobilização o paciente inicia programa de fisioterapia dedicada a estes casos.
Bebês também fazem esse tipo de cirurgia?
Os bebês com lesões de plexo (geralmente paralisias pós-parto) podem e devem realizar esta cirurgia, quando indicado, também na janela de tempo de 6 meses. Por isso devem ser acompanhados mensalmente desde o primeiro mês de vida, até a decisão de necessidade cirúrgica.
Como é a recuperação no pós-operatório
O pós-operatório em geral exige imobilização do braço por 5 semanas e após este período está indicada fisioterapia específica por vários meses.
Em geral, os primeiros resultados de recuperação motora e sensitiva ocorrem em torno dos 6 meses, porque a regeneração do nervo lesado é muito lenta. Esses resultados vão variar de acordo com a gravidade da lesão e o tempo em que o tratamento foi instituído.
Embora a recuperação completa da força muscular seja rara, o tratamento cirúrgico sempre resulta em algum tipo de melhora da função motora e sensitiva do membro superior, assim como o controle da dor.
Dr. André Kiss é Neurocirurgião na Clínica Neurológica, em Joinville (SC). Clique e conheça os tratamentos realizados em Neurocirurgia.